Pauta da X Bienal de Arquitetura de SP traz reflexão sobre as cidades que queremos

Ter, 15 de Outubro de 2013 09:33



Pesquisador do IAU-USP destaca a mudança de postura da curadoria nesta edição do evento.
Este final de semana (12 e 13/10) marcou a abertura da X Bienal de Arquitetura de São Paulo, que em 2013 traz novidades comemoradas pela comunidade da área. É o que aponta o pesquisador David Sperling, docente do Instituto de Arquitetura e Urbanismo (IAU) da USP São Carlos, que coordenou dois projetos entre os 54 selecionados para esta edição do evento, após os curadores avaliarem 400 propostas vindas de todo o mundo.
Sperling destaca a mudança de postura desta curadoria da Bienal, que a partir do tema “Cidade: Modos de Fazer, Modos de Usar”, desloca o foco expositivo de obras-primas arquitetônicas para o pensamento urbano, transferindo a mostra que até a última edição podia ser contemplada de forma concentrada no pavilhão no Ibirapuera, para uma rede de centros culturais importantes espalhados pela capital paulista: o Centro Cultural São Paulo, o Museu de Arte de São Paulo (Masp), o Sesc Pompéia, o Museu da Casa Brasileira e o Centro Universitário Maria Antônia, dentre outros. “Nesta edição a Bienal aborda temas de claro interesse público, como a mobilidade urbana e a qualidade dos espaços públicos. É uma mudança de pauta e de foco bem significativa, que pretende recolocar o papel da arquitetura para a sociedade. As manifestações populares ocorridas neste ano têm ligação direta com esta escolha, como sugerem os curadores”, analisa o professor do IAU-USP.
Enquanto arquiteto, ele destaca que o destino dos seres humanos depende do destino que é pensado para as cidades. “Precisamos refletir e pensar o valor da cidade. Cito como exemplo a atual prevalência conferida às áreas privadas em detrimento dos espaços públicos, pois este é um desenho que nós mesmos estamos construindo. É fundamental recobrarmos coletivamente a dimensão pública da cidade, com espaços de qualidade. E não me refiro somente às praças, mas também a outros locais para convivência das pessoas. O Centro Cultural São Paulo é um grande exemplo positivo neste aspecto”, lembra Sperling.
O IAU-USP está presente na Bienal com os projetos “Zona Liminares”, coordenado pelos professores David Sperling, Ruy Sardinha Lopes e Fábio Lopes de Souza Santos do IAU-USP, e Antoni Muntadas do Programa Arte, Tecnologia e Cultura do MIT-EUA, e “Cartografias: espaço + informação”, coordenado por Sperling e Santos. Ambos os projetos contemplam diversos trabalhos que envolveram em sua elaboração alunos dos cursos de graduação e pós-graduação do Instituto da USP São Carlos.
“O projeto Zonas Liminares reflete sobre a construção de espaços de morar segregados. Já o projeto Cartografias trata, entre outras coisas, de repensar os mapas e as informações que podemos com eles extrair e compreender das cidades e das formas de vida urbanas”, encerra o arquiteto.
Fonte: http://www.segs.com.br/categoria-veiculos/135383-pauta-da-x-bienal-de-arquitetura-de-sp-traz-reflexao-sobre-as-cidades-que-queremos.html
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