Projeto coordenado por representante do IABMG é selecionado para Bienal Internacional de Arquitetura

Qua, 16 de Outubro de 2013 08:45



O plano urbanístico “Emanuel Guarani Kaiowá", desenvolvido para que a ocupação de um terreno sem função social na periferia de Contagem não impactasse o local e respeitasse as leis urbanísticas, é um dos projetos expostos na X Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, que acontece no Parque do Ibirapuera até o dia 01 de dezembro.
 

Selecionado entre mais de 400 iniciativas de todo o mundo, o plano é resultado da ação de um grupo de arquitetos em Minas Gerais, entre eles o representante da diretoria de Habitação do Departamento Minas Gerais do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-MG), Tiago Castelo Branco.
 
Ele explica que a ocupação do terreno, de 23 mil m2, começou em março de 2013 e reivindica um direito que está previsto na Constituição — o direito à moradia. “Devido às características da ocupação e do espaço, sugerimos a construção de unidades habitacionais distribuídas em grandes lotes coletivos, configurando uma situação de vilas operárias semelhantes àquelas observadas no Brasil do fim do século XIX e início do século XX”, explica Tiago Castelo Branco.
 
Segundo ele, o projeto já começou a ser implantado e pode beneficiar cerca de 150 famílias. Um dos diferenciais é que ele prevê que serviços de infraestrutura (água, luz, telefone) possam ser instalados futuramente, de modo a garantir que as áreas ambientais coletivas sejam respeitadas. “Nosso trabalho considerou essa possibilidade. Há uma racionalidade na ocupação dos espaços para implantação da infraestrutura para integrar essas pessoas à cidade”, completa.
 
Como observa o arquiteto, o processo da ocupação é dinâmico. Devido à ausência efetiva do Estado, os moradores aderem ao plano dentro de suas condições financeiras: apesar de quase todas as casas construídas serem de alvenaria, ainda há aquelas de lona. Por causa desse caráter evolutivo, o próprio projeto “Emanuel Guarani Kaiowá" conta com um acompanhamento constante de seus idealizadores.
 
“Ficamos bastante satisfeitos por termos sido selecionados para a Bienal e os moradores do terreno mais ainda. É uma situação em que eles estão descobrindo o papel da arquitetura na cidade e nossa participação no evento reforça a atuação do arquiteto junto a essas camadas que não têm acesso ao serviço técnico de profissionais da construção civil”, afirma Castelo Branco.
 
Na X Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, o projeto está exposto em uma sala e apresenta maquete realizada pelo grupo de arquitetos e moradores, fotos, desenhos e um vídeo sobre como se deu o processo de produção do projeto “Emanuel Guarani Kaiowá”. No dia 26 de outubro, Tiago Castelo Branco, militantes de movimentos sociais e moradores do terreno irão participar de uma roda de discussão sobre o plano.

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