Participantes destacam importância do Q+50 na definição para políticas urbanas

Ter, 12 de Novembro de 2013 08:15



Profissionais presentes no evento de encerramento do Seminário de Política Urbana Q+50, realizado no Salão das Convenções do Palácio Quitandinha, em Petrópolis, destacaram a importância e o empenho do IAB na realização do ciclo de seminários, que ao longo de 2013 percorreu sete estados e culminou na consolidação de um documento síntese com considerações e propostas resultantes dos debates. O hotel foi sede do histórico Seminário Nacional de Habitação e Reforma Urbana, considerado um marco no urbanismo brasileiro, em 1963.

O IAB colheu depoimentos de alguns dos principais integrantes das mesas de debate do evento, sobre a importância do ciclo para a definição de políticas urbanas no Brasil:

Pedro da Luz Moreira, diretor do IAB e vice-presidente do IAB-RJ - "O ciclo Q+50 estruturou uma rede de debates, que será desenvolvida para a conclusão de um documento a ser entregue para as autoridades federais, estaduais e municipais. O objetivo é haver uma mudança de rumo na política urbana brasileira. Os governantes precisam despertar para a importância da política urbana para a economia e a vida das pessoas. É um despertar. O governo federal, por exemplo, vangloria-se de promover uma divisão de renda mais intensa no Brasil. Se ele tivesse uma política urbana mais consistente, teria alcançado melhor o objetivo de fazer a distribuição de renda. As cidades, muitas vezes, representam essa má distribuição de renda e penalizam principalmente as pessoas mais fragilizadas economicamente."

Adilson Pires (PT), vice-prefeito do Rio de Janeiro - “Queria tornar público o agradecimento por toda essa história da entidade, marcado por fatos marcantes e de uma contribuição política importante. Sabemos que a discussão da questão urbana, principalmente neste país, é uma discussão que abrange questões sociais, que também é feita no município do Rio de Janeiro.”

Paulo Henrique Paranhos, presidente do IAB-DF - “O Q+50 é um evento histórico da maior importância. Nós arquitetos estamos conseguindo jogar luz sobre determinadas questões e prospectar possibilidade, levantar diagnósticos e caminhos para que os interessados numa questão mais séria e mais compromissada com as nossas cidades, arquitetura e urbanismos possam ter propostas concretas e claras dos caminhos a serem seguidos.”

Luiz Antônio de Souza, ex-presidente do IAB-BA - “Os temas abordados no Q+50 são de extrema importância. Por outro lado, o ciclo retoma, do ponto de vista conceitual, uma série de temas que estavam esquecidos. Assim, o documento consolidado é oportuno, pois faz o registro histórico do que os arquitetos brasileiros discutiram nesse período.”

Deputado federal da Bahia Zezéu Ribeiro (PT) - “Há uma necessidade de se revisar as propostas apresentadas pelo Seminário de Habitação e Reforma Urbana de 1963, avaliar as conquistas alcançadas nesse período e renovarmos aquelas questões que não conseguimos avançar, além de incorporar novas demandas que a sociedade que a sociedade nos coloca hoje.”

Claudemir José Andrade, presidente do IAB-AM - “Satisfação muito grande ver a concretização do Q+50, após a realização de sete seminários em vários estados brasileiros. Isso demonstra a importância e a dedicação dos arquitetos urbanistas em prol dos problemas que as cidades enfrentam no dia a dia. Problemas esses de todas as formas relacionadas a transporte, moradia, ocupação do espaço urbano. Como síntese do trabalho realizado, podemos dizer que saímos vitoriosos da realização do Quitandinha mais cinquenta, uma vez que você vê consolidado todas as discussões e debates levantados nesse seminário em um documento único, numa síntese que realmente retrata a leitura que os arquitetos e urbanistas possuem sobre os problemas que as cidades enfrentam relacionados à política urbana.”

Deputado estadual do Pará, Edmilson Brito Rodrigues (PT) - “Participar desse momento é festejar o sucesso da arquitetura. 63 foi um momento visionário da arquitetura. Ali, foram colocados pontos quando o Brasil ainda não estava no nível de urbanização atual, os arquitetos e urbanistas brasileiros vislumbraram a necessidade de um planejamento territorial que desse conta da verdadeira revolução urbana que se faz necessária no Brasil de hoje. Festejar o documento de 63 é, efetivamente, um grande passo para a mobilização dos arquitetos e profissionais de outras disciplinas e a sociedade civil para perceber que aquilo que é responsabilidade técnica dos arquitetos urbanistas é uma necessidade do povo brasileiro para firmar a democracia e a cidade como o lugar de direito. Assim, recuperamos, com esses eventos, a tese do Henri Lefebvre, o grande pensador francês, do direito a cidade, como expressão a todos o direitos.”

Rose Guedes, presidente do IAB-MG - “O que observamos, com o encerramento do Seminário de Política Urbana Q+50, é um resultado brilhante, após sete encontros, graça a participação dos arquitetos, palestrantes e técnicos,  os quais muito nos ajudaram a construir esse evento, que deixa registrado políticas públicas de grande importância para a sociedade.”

Jeferson Salazar, presidente da Federação Nacional de Arquitetos e Urbanistas - "É um momento impar para discutir a lei 8.666 e da lei que está tramitação no senado, que substituiu a 8.666 e cria para nós e para a sociedade um grande prejuízo: a contratação integrada, em que a empresa (vencedora de licitação) fica responsável por finalizar o projeto. Tudo deveria ser feito antes. Licita-se uma obra sem projeto. Isso é uma sandice institucional, e nós estamos vivendo isso.”

Fonte: http://www.iab.org.br/noticias/participantes-destacam-importancia-do-q50-na-definicao-para-politicas-urbanas
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