O presidente do IAB-CE Odilo Almeida é ouvido pelo Jornal O Povo sobre Mobilidade em Fortaleza

Ter, 06 de Novembro de 2012 01:12



A frota de veículos inchou e os congestionamentos não têm mais hora para ocorrer. Diante do desconforto do transporte público, pouco se encorajou o fortalezense a deixar seu carro em casa e optar pelo ônibus ou transporte alternativo.

 

Pelo que deixou de fazer e até pelo que se destacou, a gestão de Luizianne Lins (PT) deixou muitos desafios ao seu sucessor.

 

Uma das principais marcas desta Prefeitura, com forte repercussão popular, foi o congelamento do valor da passagem de ônibus. Na era Juraci, a tarifa sofria aumentos em quase todos os anos e, em alguns casos, mais de uma vez por ano. Com Luizianne, a tarifa só aumentou em 2009 e 2011. Vale destacar a Tarifa Social (aos domingos) e a Hora Social (em dias da semana, em horários alternativos), quando a passagem fica mais barata. Entre os muitos desafios, o prefeito eleito terá a manutenção desta política.

 

De acordo com o presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil no Ceará (IAB-CE), Odilo Almeida, como herança positiva no campo da mobilidade urbana, se destacam também os programas de Transporte Urbano de Fortaleza (Transfor) e Drenagem Urbana (Drenurb). Mesmo que tenha sido concebido pela gestão de Juraci Magalhães, o Transfor foi colocado em prática por Luizianne, realizando drenagem, pavimentação, padronização de calçadas, iluminação e ciclovias. “O Transfor previu também a acessibilidade. As vias foram drenadas, repavimentadas e tiveram seus passeios adequados até para cadeirantes”, destacou Almeida.

 

Iniciado em 2010, o Drenurb promete aumentar a abrangência da drenagem urbana de 30% a 70%, até o fim da gestão.

 

Soluções?

Por outro lado, Almeida reforça que a Prefeitura poderia ter avançado se tivesse criado a Lei do Plano Municipal de Mobilidade Urbana, prevista no Plano Diretor de Fortaleza, aprovado durante a gestão de Luizianne. “O plano de mobilidade urbana não foi nem apresentado, mas daria a visão global e de longo prazo para as soluções para a cidade”.

 

Ainda segundo Almeida, o Instituto de Planejamento de Fortaleza (Iplanfor), se tivesse sido criado, teria dado contribuições preciosas à mobilidade urbana. Para ele, nos últimos meses Fortaleza passou a ter alguns corredores exclusivos para ônibus, que é uma ação importante.

 

Outra contribuição que a atual gestão poderia ter dado, mas não avançou foi a implantação do sistema binário, que transformaria em mão única as avenidas Dom Luís e Santos Dumont; e Desembargador Moreira e Senador Virgílio Távora. Estava previsto para este mês de novembro, mas por pressão do setor lojista, a atual gestão se comprometeu a continuar estudos e entregar o projeto à próxima gestão. (Lucinthya Gomes)

 

Números

 

2

reais é o preço da passagem de ônibus em Fortaleza, valor obtido a partir de uma decisão política tomada pela gestão.

 

4,3

anos é a idade média da frota de Fortaleza. Quando a atual gestão assumiu a média era mais alta, de 5,1 anos.

 

1,40

é o preço da passagem nos dias de tarifa social, aos domingos.

 

Fonte: O povo online.

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