As intervenções esperadas para o centro que ainda não aconteceram

Sex, 02 de Maio de 2014 11:00



Projetos pensados no passado (e não executados) poderiam ter feito o Centro convidativo para os turistas e acolhedor para os fortalezenses.

Incontáveis projetos já foram pensados para o Centro de Fortaleza. Desde a década de 1990 – talvez antes – arquitetos, administradores públicos, engenheiros e população falam sobre soluções para o bairro. Mas, passados anos, os problemas insistem em bater nas portas (ou gritar nas ruas) e perduram na área mais comercial da Cidade.

Abertura ou fechamento de ruas; construção de camelódromos; intervenções no trânsito; reforma e ligação de praças. As propostas são muitas. E - enquanto elas continuam habitando apenas o campo das ideias e do papel – os problemas continuam crescendo e afastando a população.


Em setembro de 2008, a ideia era criar uma via exclusiva para pedestres ligando as praças José de Alencar e Castro Carreira (Praça da Estação) – passando no meio do quarteirão entre as ruas 24 de Maio e General Sampaio. Conforme registrou O POVO, o corredor comercial deveria ter 15 metros de largura e estrutura metálica para oferecer sombra aos pedestres. Não aconteceu. Não há corredor exclusivo. Quem quer andar entre uma praça e outra ainda precisa contornar por uma das ruas, disputando espaço com ambulantes.


Para Gerson Linhares, educador e turismólogo, a falta de implantação (ou a execução parcial) desses projetos é uma lacuna para quem quer trabalhar visitação e turismo na área. “Como profissionais de turismo, ficamos tristes, pois seriam obras para impactar e favorecer a visitação. Eu desenvolvo o projeto Fortaleza a Pé há 19 anos. Não posso levar idosos para o bairro, pois não existem rampas ou calçadas adequadas. A execução desses projetos faz falta, sim”, afirma.


Já o engenheiro Victor Frota explica que os planejamentos são sempre voltados para reparar os danos e não existe debate preventivo para problemas futuros. “Se tivesse acontecido um planejamento proativo, não teria chegado ao ponto que chegou. O que nós vemos são problemas crônicos. Imóveis abandonados, falta de definição do comércio ambulante. A resolução passa pelo planejamento de uma equipe multidisciplinar – e pensando também com a sociedade”, afirma.


Victor é presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Ceará (Crea-CE) – órgão que mantém sua sede no bairro, entre as ruas Castro e Silva e Floriano Peixoto – ocupando o antigo Hotel San Pedro. Segundo o geógrafo José Bozarcchiello, as instituições são também responsáveis pela vida e energia do bairro. “O setor hoteleiro do Centro ficou com espaços vazios. É necessário dar novas funções para estes locais - como fez o Crea”, diz.

Fonte: http://www.opovo.com.br/app/opovo/cotidiano/2014/05/02/noticiasjornalcotidiano,3244745/as-intervencoes-esperadas-para-o-centro-que-ainda-nao-aconteceram.shtml

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