Prefeitura muda estratégia e inicia obra de viadutos em sentido oposto

Sex, 26 de Julho de 2013 15:30



Roberto Cláudio anunciou a retomada das obras, desta vez, na avenida Antônio Sales e afirmou que insistirá na construção dos viadutos "até o fim"

 

Após a Justiça derrubar a liminar que suspendia as obras dos viadutos nas avenidas Engenheiro Santana Jr. e Antônio Sales, na quarta-feira, 24, a Prefeitura anunciou, ontem, a retomada das obras sob outra estratégia: o canteiro de obras será montado na avenida Antônio Sales, onde será construído o viaduto que seguirá em direção ao bairro Papicu. Por causa da ação de manifestantes no local, foi necessária a presença da Guarda Municipal para serem iniciados os trabalhos.

A retomada das obras deveria ter começado por volta das 15 horas de ontem, no trecho da Antônio Sales, ao lado do supermercado Frangolândia, mas um dos manifestantes acampados no Cocó tentou impedir, segundo o coordenador do Programa de Transporte Urbano de Fortaleza (Transfor), Valdir Santos, que esteve no local. “Ele veio, perguntou se o trator era da obra do viaduto e disse que ia furar os pneus e tirar os tapumes”, relatou Santos. A ação foi informada ao gabinete do prefeito, e a Guarda Municipal foi acionada. Os 12 operários começaram a cercar de tapumes o futuro canteiro de obras por volta das 18 horas, protegidos por 11 guardas municipais.

Apesar das manifestações e das ações contrárias à obra, Roberto Cláudio não dá indícios de estar aberto às reivindicações. “Vou até o fim, porque estou convicto de que é isso que a Cidade espera de mim e é isso que a Cidade me pede”, afirmou o prefeito.

Segundo ele, a construção dos viadutos, no trecho em que foram derrubadas as árvores do Parque do Cocó, será retomada após a Secretaria do Patrimônio da União (SPU) se pronunciar sobre o caso. No último dia 16, o órgão solicitou a suspensão da obra, alegando que a Prefeitura não tinha a autorização da União para intervir no trecho.

Grupo acampado

O prefeito voltou a defender a obra e disse que a Prefeitura realizou estudos ambientais antes da intervenção e que não foram derrubadas árvores na área do manguezal. Ele minimizou o fato de o Ministério Público Federal (MPF-CE) ter solicitado investigação da Polícia Federal.

 Questionado sobre a postura em relação ao grupo que continua acampado no Cocó, o prefeito disse que, como a Justiça liberou a obra, “quem está cometendo ilegalidade passam a ser aqueles que eventualmente venham a obstruir o andamento”.

 

A estudante Camila Nascimento, 23, afirma que o grupo mantém firme a posição contra os viadutos. “A obra estava ilegal e isso contou a nosso favor para ganharmos tempo. Entretanto, mesmo que a Prefeitura consiga licença para continuar, estamos firme no nosso posicionamento”, destacou. 

Fonte: Jornal O POVO

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