Para uma Fortaleza mais receptiva às pedaladas, respeito, educação e ciclofaixas são bons começos. E, para cobrar a ampliação dessas últimas e alertar para a necessidade de respeito, ciclistas realizaram passeio na manhã de ontem pela avenida Beira Mar, Aldeota, Varjota e Centro, em um total de 20 quilômetros.

O percurso, que reuniu ciclistas ávidos por mais espaços para pedalar com segurança, passou pelas ciclofaixas das ruas Ana Bilhar e Canuto de Aguiar. Poderia ter passado também pelas ciclofaixas prometidas para as ruas Joaquim Nabuco e Osvaldo Cruz, se tivessem sido implantadas pela Prefeitura.

Foi com o objetivo de relembrar e cobrar o plano de implementação desses equipamentos que o passeio foi organizado pela Associação dos Ciclistas Urbanos de Fortaleza (Ciclovida) e pelo grupo Massa Crítica.

Segundo Celso Sakuraba, integrante da Ciclovida, as ciclofaixas são importantes para criar demanda para o uso da bicicleta, tirar as pessoas do uso exclusivo do carro e levá-las a encarar a mobilidade urbana por meio de outras opções e não exclusivamente para atender demanda já existente. Para ele, é essencial que os movimentos e ciclistas possam participar da elaboração do tão necessário Plano Diretor Cicloviário, uma vez que são essas pessoas que enfrentam as vias e os desafios na bicicleta. O plano tem previsão de ser lançado este ano.

Um dos organizadores da manifestação, Paulo Angelim, ressalta o objetivo de interligar bairros e regiões da cidade por meio das ciclofaixas, que precisam ser encaradas como corredores de tráfego, como é a proposta dos BRTs (faixas exclusivas para ônibus).

O analista de sistemas Amedes Júnior opina que esse tipo de ação consegue incentivar as pessoas a pensarem em outras possibilidades de transporte, assim como pressionar o governo a cumprir a implantação das ciclofaixas. “A gente tem que se mobilizar para conviver com a cidade de uma forma melhor”, apontou.

Para Antônio Halinson de Sousa, tratar do tema é falar do meio de transporte que o faz transpor a distância Bezerra de Menezes-Aldeota todos os dias. Ele ressalta o risco e o desrespeito dos condutores, assim como a necessidade de que os ciclistas sejam ouvidos para a elaboração de projetos. “A ciclofaixa da Bezerra foi feita por alguém que nunca andou de bicicleta”, critica.

Quem opta por circular em Fortaleza utilizando a bicicleta aponta como imprescindível uma consulta do poder público aos ciclistas para que se saiba quais são os pontos críticos e os erros e acertos na tentativa de fazer com que a cidade seja mais apta e segura para as pedaladas no futuro. E que os ciclistas também esperam é que esse futuro não esteja muito distante.

Saiba mais

Plano Cicloviário

O documento deve realizar um diagnóstico sobre as áreas de Fortaleza com ciclofaixas e ciclovias - levando em conta demanda, integração, necessidade de reformas e de implantação. A previsão é de que fique pronto em julho deste ano.  

Ciclofaixas

Em agosto, o grupo Massa Crítica havia pintado uma ciclofaixa na Ana Bilhar.

Fonte: http://www.opovo.com.br/app/opovo/cotidiano/2014/02/17/noticiasjornalcotidiano,3207641/passeio-pede-mais-ciclofaixas-em-fortaleza.shtml