O Aquário do Pantanal, que está em construção no Parque das Nações Indígenas terá 18.636 metros quadrados, projeto assinado por Rui Ohtake.


Evelin Araujo

O Aquário do Pantanal, que está em construção no Parque das Nações Indígenas terá 18.636 metros quadrados, projeto assinado por Rui Ohtake. Terá 6 milhões de litros de água e cerca de 7.000 animais, entre peixes, jacarés e sucuris. Há um estande de visitação aberto ao público para apresentação do Cepric (Centro de Estudos e Pesquisa da Ictiofauna Pantaneira).
 
A obra, orçada em cerca de R$ 84 milhões, é grandiosa e vem sendo anunciada como novo atrativo turístico, além de potencial centro de estudo e pesquisa. Mas a ideia não é nova.

Entre 1998 e 1999, o Governo do Estado e o Ministério do Turismo encomendaram projeto para um Aquário do Pantanal, que foi elaborado pelos arquitetos Gogliardo Maragno e Ângelo Arruda, e que seria executado em comemoração aos 500 anos do Brasil.

“A obra não foi feita, mas nós recebemos pelo trabalho. Eu estava em Barcelona quando ouvi falar agora sobre o projeto de Rui Ohtake, que seria executado”, diz o arquiteto Maragno. “Gosto e admiro o trabalho de Ohtake, mas o projeto é excessivamente cenográfico. O nosso projeto estava orçado em cerca de 20% do valor do atual. Para fazer um aquário precisa de tudo isso? Acredito que daria para fazer uma obra mais razoável”, pondera.

Ele diz ainda que a obra tem um apelo muito formal. “Sou professor, e a gente costuma dizer que a forma é mais um resultado, o que chamamos de arquitetura pertinente. É preciso entender que o Parque das Nações Indígenas não é a Disneylândia e nem Campo Grande é Las Vegas”, opina.

Para um dos coordenadores do Plano Diretor Original do Parque das Nações Indígenas, o arquiteto Bosco Delvízio, a construção do Aquário é muito importante. “Eu não conheço a obra tecnicamente, faço minhas considerações pelas informações que tenho e pelas imagens do projeto que vi. Só que há algumas ressalvas em relação ao plano diretor”, explica.

“Nós sempre tivemos uma preocupação muito grande com a permeabilidade visual do Parque, ou seja, quem está de dentro dele teria que ser capaz de ver a cidade, os prédios, assim como quem está de fora pudesse ver o Parque. Prova disso é o prédio da administração que tem um térreo baixo e o Museu Dom Bosco, que é como se fosse uma continuidade da Afonso Pena”, esclarece.

“Um Aquário com 90 metros de extensão e 18 de altura naturalmente irá atrapalhar a visão das pessoas”, lembra. “Outra preocupação é com a arquitetura espetaculosa e não silenciosa, quando há harmonia entre a obra e o ambiente, não atrapalha o visual. Com isso, o Parque das Nações, que é atração por si só, se tornará uma atração secundária”, finaliza. 
 

Fonte: Midia Max