História
Anos iniciais: em 1903, o primeiro movimento
– Anos 20: o primeiro instituto de arquitetos
Em 1921, ano em que o Rio presencia outra expansão urbana, durante o governo de Epitácio Pessoa, com nova organização das camadas sociais, nasce o Instituto Brasileiro de Architectura. A entidade foi criada no dia 26 de janeiro, após reunião de 27 arquitetos e engenheiros na Escola Nacional de Belas Artes.
O instituto promove a proteção da profissão, define a tabela de honorários, luta pela realização de concursos públicos de arquitetura e discute a formação e o exercício profissional. Tais bandeiras foram erguidas assiduamente desde a gestão do primeiro presidente eleito, o arquiteto Gastão Baihana, que também integrou a comissão encarregada de redigir os estatutos.
A agitação crescente em torno das artes e da política brasileira abre portas para um período de efervescência, que gerou a Semana de Arte Moderna de 1922 e o manifesto Surrealista. Diante de tantas transformações, o instituto, com apenas um ano de trajetória, viu seus membros se dividirem. Mas a cisão não durou muito tempo: em 1925, os dois grupos se fundem no Instituto Central de Arquitetos, presidido por Fernando Nereu de Sampaio, cujo objetivo principal era a consolidação e união da classe.
– Anos 30: a vitória do modernismo
Em 1930, os arquitetos brasileiros realizam o IV Congresso Pan-americano de Arquitetos, no Rio. O evento é marcado pelo embate entre duas correntes da arquitetura: a neocolonial e a modernista, que prevalece.
Em 1931, Nestor Egydio de Figueiredo assume oficialmente a corrente modernista em sua gestão. O instituto se engaja assim na luta pela arquitetura contemporânea. É o despontar de uma nova estética.
As mudanças começaram pelo nome da entidade, que, em 1934, passa a se chamar definitivamente Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB). A primeira reforma estatuária é providenciada no mesmo ano, seguida do lançamento do primeiro boletim oficial, em 1935, e da revista “Arquitetura e Urbanismo”, em 1936, dirigida pelo ex-presidente Cipriano Lemos.
O período entre 1931 e 1942 é marcado por produções emblemáticas da arquitetura brasileira: o Conjunto Arquitetônico da Pampulha, de Niemeyer; o Grande Hotel de Ouro Preto; a Avenida Presidente Vargas; os prédios decó, em Copacabana; e o Park Hotel, de Lúcio Costa, em Friburgo, entre outras. Durante seis mandatos sucessivos, de 1936 a 1943, Nestor Egydio de Figueira mantém-se na presidência do IAB, encerrando a fase dos presidentes fundadores e abrindo campanha pela eleição de grandes nomes da arquitetura.
– Anos 40: surge a estrutura federativa e o IAB político
Na primeira metade da década de 40 surgem os primeiros departamentos estaduais do IAB, transformando a entidade até então centrada no Rio de Janeiro em uma estrutura federativa. Os primeiros departamentos foram os de Minas Gerais e de São Paulo, criados em 1943.
Se, em 1931, a entidade tinha como foco a defesa da arquitetura contemporânea, em 1944, manifesta-se abertamente pelo fim da ditadura Vargas, pela anistia geral, pela libertação dos presos políticos e pela convocação de uma Assembleia Constituinte, relacionando, portanto a prática profissional às questões políticas mais abrangentes. Antes disso, em 1939, vem à tona a discussão se o IAB seria ou não transformado em sindicato, o que acabou não indo adiante.
O primeiro presidente fora do grupo dos 27 fundadores é Paulo Camargo de Almeida, que sonha com a conquista de uma sede para o IAB. A mesma meta foi incorporada pelos seus sucessores, Firmino Fernandes Saldanha e Milton Roberto. Este último, descrente das promessas governamentais de uma sede para o instituto, passa a buscar uma solução própria junto aos associados.
– Anos 50: a importante criação do COSU
Em 1956, no mandato de Ary Garcia Rosa, é finalmente criado o Conselho Superior do Instituto de Arquitetos do Brasil, o COSU, integrado por representantes de todos os departamentos estaduais e ex-presidentes.
Ao COSU, cabe traçar a política do IAB e eleger a Diretoria Nacional. Define-se, assim, a estrutura federativa do instituto. Os mandatos de Ary Garcia Rosa coincidiram também com o governo JK e sua proposta de mudança da capital da República para o coração do Brasil.
Tempos atuais: o IAB na nova realidade urbana brasileira
Velhas lutas vencidas, novos objetivos à vista. A conquista da alforria profissional, tarefa à qual o Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) dedicou boa parte de seus esforços por décadas, é alcançada. A gestão da Direção Nacional trabalha, ao lado dos departamentos estaduais, para recolocar em pauta temas essenciais ao arquiteto, à cultura arquitetônica e à própria sociedade.
O IAB dedica esforços a questões como o fortalecimento do conceito e da dimensão cultural do projeto, que é a estrutura da própria profissão, a defesa de políticas públicas que considerem a nova realidade urbana brasileira, com 85% da população nas cidades e um enorme passivo sócio-habitacional, e ainda a retomada da defesa do concurso de projeto para as obras públicas, como um fator de qualificação das cidades e de fortalecimento da cultura nacional.