Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo não deve acontecer em pavilhão do Parque Ibirapuera

Mauricio Lima, PINIweb

A Bienal Internacional de Arquitetura (BIA) de São Paulo, prevista para ser realizada entre outubro e dezembro de 2011, não acontecerá no prédio da Fundação Bienal, no Parque do Ibirapuera. Os conselheiros da Fundação decidiram não ceder o pavilhão ao departamento paulista do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-SP), pois o edifício receberá uma exposição de arte contemporânea no mesmo período, com acervo vindo do Museu de Oslo (Noruega).

Segundo a presidente do IAB-SP, Rosana Ferrari, o instituto lamenta que o evento não seja realizado no prédio do Ibirapuera, que é um edifício emblemático para a Bienal e para a arquitetura brasileira. Rosana garante que o evento acontecerá, mas que o local ainda não foi definido.

Segundo a presidente do IAB-SP, existe uma questão política por trás do veto, referente a uma dívida de R$ 164 mil, de manutenção do espaço, ainda da edição de 2009. Rosana ressalta que um espaço foi alugado à uma empresa pelo valor de R$ 300 mil, e que a Fundação ficou com R$ 150 mil, que, segundo Rosana, deveriam servir como pagamento de parte da dívida.

Procurada pela reportagem, a diretoria da Fundação Bienal emitiu a seguinte nota: “a Diretoria da Fundação Bienal de São Paulo esclarece que a Bienal vem apoiando nos últimos anos a Bienal Internacional de Arquitetura, cuja organização é de responsabilidade do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), por meio da cessão, sem ônus, do seu pavilhão no Parque do Ibirapuera. Contudo, em 2011, o pavilhão não estará disponível em função de outros eventos em torno das comemorações dos 60 anos da Bienal de Artes Plásticas”.

Segundo Rosana Ferrari, reuniões entre ela, o presidente da Direção Nacional do IAB, Gilson Paranhos, e os conselheiros da Fundação Bienal devem acontecer nesta semana para uma decisão final.

Bienal nacional – De acordo com o arquiteto Valter Caldana, diretor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo do Mackenzie e curador da BIA 2011, a nona edição do evento terá uma proposta diferenciada. “A BIA 2011 é um processo de 12 meses, não somente um evento”, disse. Segundo ele, ocorrerão eventos pelo País inteiro, com apoio do IAB Nacional, que servirão como base para o evento final, em São Paulo, que contará com obras de todo o país. “A intenção é que seja uma Bienal Nacional”, disse. A Bienal deverá ser lançada já em outubro deste ano, como estava planejado. “Isso não significa um risco para a bienal”, ressaltou Caldana.

Segundo o curador do evento, a BIA 2011 se diferencia pelo caráter didático, uma vez que pretende se aproximar do público não-arquiteto. “O objetivo maior será mostrarmos para a sociedade a importância da arquitetura na construção da qualidade de vida”, disse.