X Bienal de Arquitetura de São Paulo, que acontece de 12 de outubro a 1 de dezembro, divulgou mais detalhes sobre sua programação. Redefinindo sua proposta e espalhando seus módulos por diversos pontos da capital, a exposição traz o tema “Cidade: modos de fazer, modos de usar, modos de agir”, e pretende ir além dos projetos arquitetônicos e gerar reflexões sobre toda a estrutura da cidade.



Os locais que compõem a rede da Bienal foram definidos a partir de dois critérios: a qualidade dos espaços (na relação entre arquitetura e uso, e seus significados histórico, simbólico e cultural para a cidade) e sua acessibilidade (por meio dosistema de transporte público de São Paulo). A ideia é que todos os locais possam ser acessados a partir de um sistema de transporte público e bicicletas.

Os espaços que compõem a rede da Bienal são: Centro Cultural São Paulo (CCSP), Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp), Centro Universitário Maria Antônia, Museu da Casa Brasileira, Praça Victor Civita, SESC Pompéia, Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes, Teatro Oficina e um apartamento localizado ao lado do Minhocão.

A rede terá como ponto estratégico o (CCSP), onde acontecerão exposições centrais à proposta curatorial, que é refletir sobre os modos de fazer e usar as cidades contemporâneas. Uma delas será a mostra “O Espetáculo do Crescimento”, fruto de uma viagem de pesquisa feita pela equipe da curadoria da Bienal, expondo o crescimento das cidades médias do Norte e do Nordeste.

Outra exibição, ainda no Centro Cultural São Paulo , terá duas cidades como protagonistas: Detroit (ícone do fordismo norte-americano, que hoje vive um cenário de redução populacional) e Ordos (na China, com extensas áreas construídas, apesar de estar praticamente vazia com construções assentadas fundamentalmente a partir da lógica da valorização financeira).

No CCSP, serão apresentados outros projetos sobre São Paulo: a Praça das Artes e a reurbanização do Anhangabaú, a história do Copan por meio dos seus moradores, e uma maquete eletrônica com cerca de 600 metros quadrados que revela as transformações e dinâmicas da capital paulista.

Haverá também duas exposições sobre o Rio de Janeiro: uma sobre a obra do arquiteto Sérgio Bernardes com projetos para a cidade da década de 1960, e outra sobre o Rio de Janeiro contemporâneo. Ainda no CCSP, serão exibidos os trabalhos de artistas que dialogam com a arquitetura e o urbanismo: os fotógrafos Michael Wolf e Jorge Taboada, com fotos que mostram a densidade dos espaços urbanos.

No Museu da Casa Brasileira estarão expostas edificações e casas consideradas exemplos de arquitetura contemporânea no espaço urbano, como o projeto “Elemental de habitação popular”, do arquiteto chileno Alejandro Aravena; a Casa Moriyama do escritório japonês Ryue Nishizawa; e o projeto de habitação popular para o programa Minha Casa, Minha Vida, do arquiteto brasileiro João Filgueira Lima, o Lelé.
No Masp, haverá exposições sobre a relação nas décadas de 1970 e 1980 entre arquitetos e artistas brasileiros, como Lina Bo Bardi, Vilanova Artigas, Cildo Meireles e Helio Oiticica. Já noCentro Universitário Maria Antonia (USP), serão exibidas fotos do Arquivo Brasília organizado pelos artistas Michael Wessely e Lina Kim.

Na Praça Victor Civita, haverá uma mostra sobre a importância da gestão das águas nas cidades, que apresentará experiências nacionais e internacionais. E em um apartamento à beira do Elevado Costa e Silva, o Minhocão, será realizada uma exposição sobre o projeto nova-iorquino High Line, a antiga linha férrea elevada que foi transformada em parque público.

A Bienal trará, ainda, o módulo “Modos Colaborativos de Fazer, Modos Colaborativos de Usar” no Sesc Pompéia, no Teatro Oficina e no Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes., com palestras, oficinas e exposições de coletivos de artistas e arquitetos como o Supersudaca (América Latina), Vazio S/A (Belo Horizonte) e EME 3 (Barcelona).

Além destas exposições, a X Bienal de Arquitetura prevê oficinas, debates, lançamento de publicações, percursos, visitas e mostras de filmes, uma delas no vão livre do Masp com filmes sobre a cidade de São Paulo, realizada em parceria com a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.

A Bienal tem realização do departamento paulista do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB/SP), e conta com parceiros como os cenógrafos Daniela Thomas e Felipe Tassara. A curadoria é de Guilherme Wisnik, Ana Luiza Nobre e Ligia Nobre, com produção executiva da Arte3 e identidade visual de Celso Longo e Daniel Trench.
Fonte: http://www.arcoweb.com.br/noticias/confira-programacao-completa-x-bienal-arquitetura-sp.html