O descumprimento do horário da Feira da Sé, no Centro, teria acabado em conflito entre feirantes e agentes da Autarquia Municipal de Trânsito (AMC) e da Guarda Municipal, no começo da manhã de ontem. Após a insistência dos ambulantes em permanecerem na avenida Alberto Nepomuceno e na calçada da catedral, extrapolando os limites de local (na rua José Avelino) e horário (até as 7 horas) permitidos, agentes teriam soltado uma bomba de efeito moral na rua Sobral. Além disso, os feirantes denunciam o disparo de tiros de bala de borracha. A Prefeitura nega o uso de qualquer artefato explosivo.
“Eles vieram todos cheios de marra. Soltaram uma bomba perto do Buraco da Gia (na rua Sobral) e ainda deram tiros de borracha. A sorte é que não pegou em ninguém”, informou um vendedor de 45 anos, que preferiu não se identificar. Por volta das 9 horas, foi ouvido na região barulho semelhante ao de uma bomba. “A gente sabe dos horários das feiras, mas é melhor estar trabalhando do que estar na criminalidade”, argumentou o vendedor Jucier do Nascimento, 43.
O funcionamento da Feira da Sé tem horário delimitado e acordado entre Prefeitura e feirantes: das 19 horas da quarta até as 8 horas de quinta, e das 19 horas de sábado até as 11 horas de domingo. Ainda assim, os vendedores insistem no descumprimento do acordo. A sugestão de outro feirante, que preferiu não se identificar, é de usar os guardas municipais para regularizar a feira, colocando limites, mas liberando até um pouco mais tarde.
A Secretaria Regional do Centro (Serce) informou, através de nota, que não houve qualquer tipo de confronto entre fiscais e ambulantes na feira da rua José Avelino na manhã de ontem. A AMC esteve presente, diz o texto, “autuando veículos parados irregularmente no entorno da feira, que se estendeu nas ruas Sobral, Conde d’Eu e próximo à Catedral Metropolitana. A Guarda Municipal também foi acionada e atuou apenas na segurança preventiva dos auxiliares e fiscais da Prefeitura que realizavam seu trabalho normalmente. Também não ocorreu nenhuma apreensão de mercadoria”.
O texto da secretaria ainda comunica que nos dias da feira são escalados, em média, 20 auxiliares e pelo menos um fiscal para atuar na Feira da Sé. A abordagem não possui agendamento ou horários pré-estabelecidos. O projeto de reordenamento do comércio ambulante da região está em andamento e ainda não há previsão de finalização, segundo a secretaria.
Fonte: O Povo