Um grupo de voluntários pesquisou o perfil dos ciclistas que passaram em três cruzamentos de Fortaleza ontem. De acordo com dados preliminares da Associação de Ciclistas Urbanos da Capital (Ciclovida), os usuários mais comuns são homens que usam as bicicletas para irem até o trabalho. Os organizadores dizem ainda que os dados comprovam a adesão a formas alternativas de mobilidade e servem para cobrar mais investimento da Prefeitura no modal.
Os critérios avaliados pelo grupo incluem sexo, trajes utilizados, uso de equipamentos de segurança, de bicicletas compartilhadas e da ciclofaixa, além da direção que o ciclista segue. Segundo os organizadores, normalmente os condutores são homens, com roupas casuais e sem equipamento de segurança, seguindo pela ciclofaixa em bicicletas particulares. Nas pesquisas pela manhã, o maior fluxo é em direção ao Centro, enquanto à tarde, em direção contrária.
O estudante Gabriel Lima, um dos voluntários do projeto, alerta para o baixo índice de mulheres utilizando o meio de transporte. Segundo a associação, a quantidade de ciclistas do sexo feminino é um dos fatores que indicam se um trecho é seguro.
A contagem foi realizada das 6h às 8 horas e das 17h às 19 horas, nos cruzamentos da rua Deputado Moreira da Rocha com a avenida Barão de Studart, no Meireles, das avenidas Antônio Sales e Rui Barbosa, no bairro Dionísio Torres, e da Domingos Olímpio com a Avenida da Universidade, no Benfica. Apesar do balanço final só ser divulgado hoje, a Ciclovida prevê um aumento do número de ciclistas transitando nas ruas.
O engenheiro mecânico Jamil Abdalah é um dos que vão contribuir para esse crescimento. No início do ano, ele adotou a bicicleta para o trajeto de casa até o trabalho. Motivado pela rapidez e pela economia, ele comemora a implantação de uma ciclofaixa que interliga a residência ao trabalho, tornando o trajeto mais seguro.
“Esperamos que sempre aumente. É para isso que criamos o projeto. Ajudar e pressionar a Prefeitura por mais ações para os ciclistas”, diz Gustavo Gomes, um dos voluntários da Ciclovida, ressaltando que há muito a ser feito. “Algumas ciclofaixas estão esburacadas e falta sinalização em muitos trechos”, afirma.
Fonte: O Povo