Outro fator que prejudica a qualidade das vias para os pedestres são os muros dos edifícios. “Hoje você vê a maioria dos prédios, principalmente os novos, construírem muralhas de 3 ou 4 metros que tomam uma grande extensão da quadra, isolando as áreas publicas das privadas, não permitindo nem a integração visual desses espaços”, diz Luciano Guimarães, presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Ceará (CAU/CE).


 Para Guimarães, a calçada poderia ser a extensão do jardim dos prédios, por exemplo. “A questão da segurança é sempre colocada como um dos aspectos para justificar a construção dos muros. Mas quanto maior a segregação, a falta de olhos, mais facilita a atuação da marginalidade”, ele diz. Além da questão da segurança, o presidente do CAU diz que os muros altos afetam a circulação de vento, aumentando o calor, e acabam desestimulando o uso do passeio.

“Evidentemente que os prédios precisam de um espaço resguardado, mas não precisam de muros tão altos. As calçadas já são estreitas e como não há essa integração visual com os jardins, isso inibe a circulação”. Apesar, hoje, de alguns prédios estarem substituindo seus muros por grades, o que na opinião de arquitetos já minimiza o problema, Guimarães diz que o movimento ainda é tímido. “Na Rua Costa Barros, por exemplo, são poucos os prédios que trocaram muros por grade, o que você mais vê ainda são as muralhas”. (Bruno Cabral).

Fonte: Jornal O POVO