Os pés que levam a Débora até sua casa, na Vila União, partem do Centro, onde fica o local em que a estudante faz estágio. O bairro é a morada de Paulo Sérgio. Em seus percursos de bicicleta, ele não chega a passar pela ciclofaixa por onde o Phelipe se desloca de skate para o trabalho. Mas diz Paulo que não trocaria nunca as pedaladas por uma moto. Esse veículo é hoje usado pelo Wilson, que no futuro, quem sabe, pretende comprar um carro, o que já é a realidade da Denise.

 

 

Os caminhos da Capital colocam em contato pessoas de diversas origens e perfis. Gente que dificilmente convivem em outros espaços que não no trânsito. Nesse sentido, locomover-se pela cidade acaba sendo o fator para aproximar os diferentes.

 

Porém, compartilhar os espaços de locomoção envolve desafios. A convivência é tensa e conflituosa. Nesse sentido, o trânsito pode afastas as pessoas.

 

O POVO conversou com fortalezenses que fazem percursos distintos na rotina, usando diferentes meios de locomoção. A partir de cada relato, reproduzido aqui na própria voz de quem conta sua história, provocações que sugerem mais investimentos – seja na qualidade da frota de ônibus e do asfalto, por novas ciclovias e linhas de metrô – mas também um olhar mais atencioso pra quem segue ali, do seu lado. A mobilidade urbana exige, sobretudo, mais respeito.

 

Fonte: O Povo