Na terceira edição do Desafio Intermodal, participante em bicicleta speed levou 20 minutos em trajeto entre os bairros Dionísio Torres e São Gerardo. Carro particular gastou quase o triplo de tempo no percurso.
Um mesmo destino e 15 formas diferentes de chegar até ele. Foi assim que ontem, no horário de pico, a Associação Ciclovida resolveu testar, pelo terceiro ano, qual modal é mais eficiente pelas ruas de Fortaleza. A bicicleta rápida (speed) foi o veículo que completou em menos tempo o percurso de oito quilômetros entre a Praça da Imprensa, no Dionísio Torres, e a praça Jonas Gomes de Freitas, no bairro São Gerardo. O carro particular chegou em 13º lugar entre os 15 tipos de modais participantes.
De acordo com Phelipe Rabay, diretor da Ciclovida, o objetivo do teste é analisar a eficiência dos mais diversos modos de deslocamento sob três aspectos: tempo, emissão de gás carbônico (CO2) e gasto financeiro. O resultado completo, levando em consideração todas as variáveis citadas, será divulgado hoje pela associação. Por enquanto, apenas o ranking da agilidade de cada modal foi informado.
A largada ocorreu às 18 horas, na Praça da Imprensa. Pelas regras, os participantes, voluntários, deveriam seguir até o bairro São Gerardo no percurso que julgassem conveniente e seguindo todas as normas de trânsito. Na chegada, todos deveriam estacionar os veículos e tocar um sino para que o cronômetro registrasse o tempo despendido.
A bicicleta rápida foi o veículo mais ágil pelo segundo ano consecutivo. Diferentemente da bicicleta comum, esse modelo tem pneus mais finos que garantem maior rapidez no trajeto. A agilidade, porém, não mantém este modal livre das dificuldades, na opinião de Fredy Davi, 31, que guiou o veículo vencedor. A falta de locais exclusivos para ciclistas é a principal reivindicação. “A grande dificuldade foi na rua Padre Valdevino e na avenida Domingos Olímpio, porque não tem ciclovia ou ciclofaixa”, comentou.
Outros modais
Mesmo com a instalação do corredor exclusivo de ônibus na avenida Bezerra de Menezes, quem seguiu de ônibus gastou mais tempo em comparação com o teste do ano passado. Em 2014, o modal concluiu o percurso em 57 minutos. Dessa vez, o tempo chegou a 1h07min. “Passamos muito tempo parados na rua Padre Valdevino, a única parte do trajeto que não tem faixa exclusiva para ônibus”, detalhou a participante Juliana Rodrigues, 22.
Quem conduziu carro particular também demorou mais tempo para completar o percurso em comparação com o teste anterior. A diferença foi de 12 minutos. Para o voluntário Rafael Barros, 27, a principal dificuldade não foi nem o estreitamento da avenida Bezerra de Menezes, com a instalação do corredor exclusivo, mas a dificuldade de encontrar estacionamento. Ele passou 15 minutos até encontrar uma vaga. “Esse é um dos fatores que me fazem evitar os horários de pico”, indicou.
Ranking
Confira a ordem de chegada de cada modal:
1. Bicicleta rápida (tipo Speed)
Tempo: 20 minutos
2. Bicicleta elétrica
Tempo: 23 minutos
3. Bicicleta urbana (comum)
Tempo: 23 minutos
4. Motocicleta
Tempo: 28 minutos
5. Mototáxi
Tempo: 31 minutos
6. Patinete
Tempo: 36 minutos
7. Skate
Tempo: 39 minutos
8. Bicicleta cargueira
Tempo: 41 minutos
9. Táxi
Tempo: 44 minutos
10. Bicicleta compartilhada e ônibus
Tempo: 47 minutos
11. Bicicleta dobrável e ônibus
Tempo: 51 minutos
12. Pedestre correndo
Tempo: 55 minutos
13. Carro particular
Tempo: 59 minutos
14. Ônibus
Tempo: 1h07min
15. Pedestre caminhando
Tempo: 1h44min
Bastidores
Penúltimo lugar
Mesmo não participando oficialmente do Desafio Intermodal, a equipe de reportagem do O POVO cronometrou o tempo que gastou no percurso entre a Praça da Imprensa, no Dionísio Torres, e a praça Jonas Gomes de Freitas, no São Gerardo. Fomos no carro da reportagem. E fomos muito mal. No quesito tempo, só ganhamos dos voluntários que seguiram o trajeto em caminhada. Todos os outros modais chegaram antes de nós, que completamos o percurso em 1h12min.
Congestionamento
A rua Padre Valdevino foi nossa principal dificuldade. Na via, ficamos 27 minutos presos em um congestionamento, que gerou buzina e cansaço. Quando conseguimos sair dessa rua, três modais já haviam completado o percurso: bicicleta rápida, bicicleta elétrica e bicicleta comum.
Vias alternativas
Durante o nosso trajeto, preferimos seguir por vias alternativas. A avenida Bezerra de Menezes foi trocada por ruas secundárias dos bairros Benfica, Parque Araxá e Parquelândia.
Serviço
Mês da Mobilidade
Ao longo do mês, a Ciclovida promove discussões e eventos com a mobilidade urbana como tema central. A programação completa está disponível em: http://on.fb.me/1O6HmOj