O arquiteto suíço Peter Zumthor é o ganhador do Prêmio Pritzker de Arquitetura 2009.
A cerimônia formal de divulgação do novo vencedor do prêmio ocorrerá em 29 de maio em Buenos Aires. Na ocasião, o arquiteto, de 65 anos, será premiado em U$100.000 e um medalhão de bronze. Peter Zumthor – Foto de Gary Ebner
Apesar da maioria de seus projetos ser na Suíça, ele possui obras na Alemanha, Áustria, Holanda, Inglaterra, Espanha, Noruega, Finlândia e Estados Unidos. Seu trabalho mais famoso é em Vals, na Suíça, o “Thermal Baths”, ao qual a imprensa se refere como sua maior obra. Críticos mais recentes, apontam também para o “Field Chapel to Saint Nikolaus von der Flüe”, em Eifel, próximo a Colônia, na Alemanha. O juri pontuou não só esses edifícios, mas também o “Kolumba Museum” em Colônia, chamado de “um trabalho contemporâneo, mas também completamente enraisado com as diversas camadas históricas”.
Croquis de Peter Zunthor para o Thermal Bath em Vals, Suíça
Zumthor, ao ser notificado do prêmio, respondeu: “Ser o ganhador do Prêmio Pritzker é um maravilhoso reconhecimento do trabalho arquitetônico que temos feito nos últimos 20 anos. Saber que um conjunto de trabalhos tão pequeno quanto o nosso é reconhecido no mundo profissional nos faz sentir orgulhosos e deve dar muita esperança aos jovens profissionais que se eles se esforçarem em seu trabalho ele deve se tornar visível sem nennuma promoção especial”.
A escolha de Zumthor marca a segunda vez em três décadas do Prêmio Pritzker de Arquitetura que um suíço é premiado. Em 2001, Jacques Herzog e Pierre de Meuron foram os vencedores.
O objetivo do Prêmio Pritzker é honrar anualmente um arquiteto vivo cuja obra construída demonstra uma combinação de qualidades como talento, visão e comprometimento; que tenha uma produção consistente e significante para a hummanidade e o ambiente construído através da arte da arquitetura.
O juri que escolheu Zumthor consiste de seu presidente, Lord Palumbo, conhecido internacionalmente como patrono de Londres, e, em ordem alfabética, Alejandro Aravena, arquiteto e diretor executivo do Elemental em Santiago, Chile; Shigeru Ban, arquiteto e professor da Universidade Keio em Tóquio, Japão; Rolf Fehlbaum, presidente da comissão de diretores do Vitra em Basel, Suíça; Carlos Jimenez, professor da Escola de Arquitetura da Universidade Rice e sócio-fundador do escritório Carlos Jimenez Studio em Houston, Texas; Juhani Pallasmaa, arquiteto, professor e autor de Helsinki, Finlândia; Renzo Piano, arquiteto vencedor do Pritzker, de Paris, França e Gênova, Itália; e Karen Stein, escritora, editora e consultora arquitetônica em Nova York. Martha Thorne, reitora associada para relações exteriores, IE Escola de Arquitetura, Madri, Espanha, é a diretora executiva.
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Capela a Saint Nikolaus von der Flüe, Eifel, Alemanha | |
Sobre Peter Zumthor
Peter Zumthor nasceu em 26 de abril de 1943, filho do marceneiro Oscar Zumthor, em Basel, Suíça. Atuou como marceneiro de 1958 a 1962. De 1963 a 67, estudou na Kunstgewerbeschule, Vorkurs e Fachklasse, com estudos também em design no Instituto Pratt em Nova York.
Em 1967 é contratado para trabalhar no Departamento para a Preservação de Monumentos na Suíça, como consultor de construção e planejamento e arquiteto analista de vilas históricas, onde realizou alguns trabalhos de restauração. Estabeleceu escritório próprio em 1979 em Haldenstein, Suíça, onde trabalha até hoje com uma pequena equipe de 15 arquitetos.
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Museu Kolumba, Colônia, Alemanha | |
Desde 1996 é professor da Academia de Arquitetura da Universidade da Svizzera Italiana, Mendrisio. Já foi professor visitante do Instituto de Arquitetura e SCI-ARC da Universidade da Califórnia do Sul em Los Angeles em 1988; na Universidade Técnica em Munique, em 1989; e na Escola de Graduação em Design da Universidade de Harvard em 1999.
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Museu Kolumba, Colônia, Alemanha | |
No livro de sua autoria entitulado “Pensando Arquitetura”, publicado pela primeira vez em 1998 pela Birkhauser, Zumthor faz, em suas próprias palavras, uma filosofia da arquitetura. Um exemplo de seus pensamentos é o seguinte: “Eu acredito que a arquitetura hoje necessita de reflexão com relação às tarefas e possibilidades que lhe são inerentes. Arquitetura não é um veículo ou um símbolo para coisas que não pertencem à sua essência. Em uma sociedade que celebra o não-essencial, arquitetura pode colocar uma resistência, agir contra o desperdício de formas e significados, e falar sua própria língua. Eu acredito que a linguagem da arquitetura não é uma questão de um estilo específico. Todo edifício é construído para um uso específico e um lugar específico para uma sociedade específica. As minhas obras tentam responder às questões que emergem desses simples fatos, tão precisas e críticas quanto podem”.
Fonte: Site Vitruvius – Los Angeles, notícia de 14 de abril de 2009