Problemas estruturais causam notificação de 190 imóveis


 

Só no último mês, 40 imóveis da Capital com problemas na estrutura foram identificados pela Prefeitura. Fiscais do Município têm percorrido ruas do Centro em ações educativas sobre a Lei de Inspeção Predial.


proximadamente 190 imóveis de Fortaleza foram notificados este ano por apresentarem problemas estruturais. O dado é da Defesa Civil do Município. Conforme o coordenador do órgão, Cristiano Ferrer, porém, apenas duas edificações foram interditadas pelo Município no período: o edifício Versailles, na Varjota, e a loja da rua Major Facundo. Ambas tiveram desabamentos que resultaram em morte.

 

“Os casos são muitos”, reconheceu o diretor de Operações da Agência de Fiscalização de Fortaleza (Agefis), Júlio Santos. Ele disse que, só no último mês, a Prefeitura constatou mais de 40 problemas relativos à estruturação dos prédios. “A Cidade está envelhecendo e os prédios também”, apontou, ontem pela manhã, durante ação de conscientização da Prefeitura no Centro sobre a lei 9.913, que trata sobre inspeção predial.


Desde a semana passada, fiscais da Agefis percorrem ruas do Centro para informar a população sobre a legislação, regulamentada em junho pelo prefeito Roberto Cláudio (Pros). Usando como argumento a tragédia que aconteceu em uma loja de variedades na rua Major Facundo, cujo teto desabou e vitimou duas crianças no último dia 17, os agentes buscam conscientizar para a segurança de quem trabalha, vive ou passa pelo bairro. “O que está por trás de tudo isso é a segurança da Cidade”, resumiu o superintendente da Agefis, Marcelo Pinheiro.


Em caráter educativo até dezembro deste ano, a lei obriga que todos os prédios de Fortaleza, públicos ou privados, contratem engenheiro ou arquiteto registrados no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Ceará (Crea-CE) ou no Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Ceará (CAU-CE) para que seja elaborado um laudo técnico sobre a construção.

DIEGO CAMELO/ESPECIAL PARA O POVO
Os fiscais visitam os prédios do Centro buscando conscientizar sobre a necessidade de manutenção dos edifícios


Feito o laudo e os reparos necessários, cabe à Secretaria Municipal do Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma) avaliar se aquela edificação pode receber o Certificado de Inspeção Predial (CIP). A partir de janeiro de 2016, se a administração do prédio não apresentar o documento, a Prefeitura tem permissão para autuá-lo, em multa que varia entre R$ 1 mil e R$ 5 mil, podendo chegar a R$ 10 mil se houver reincidência.


Conscientização

Nos arredores da Praça do Ferreira, no Centro de Fortaleza, a padaria Duda’s se mantém há pouco mais de 20 anos. O prédio que abriga o estabelecimento, segundo o gerente Antônio Cardoso, 39, passa por vistorias e reparos semestrais. Mesmo assim, ele sabe, é preciso que o proprietário providencie o CIP. “A empresa já tem um engenheiro que costuma ver toda a estrutura”, adiantou Cardoso.

 

Saiba mais


Os fiscais da Agefis são treinados para fiscalizar tanto a Lei de Resíduos Sólidos quanto a Lei de Inspeção Predial. A última, no entanto, segue em caráter educativo até dezembro deste ano.


Conforme Júlio Santos, diretor de Operações da Agefis, a agência conta com o suporte total de 500 fiscais. Só para a inspeção predial, foram treinados, até agora, 70 fiscais.


A Defesa Civil afirma que recebe denúncias de imóveis em situação de risco em todas as regionais de Fortaleza. 

O Centro, por ser o bairro mais antigo da Capital, é o que mais apresenta riscos. As denúncias podem ser feitas através do 190.


Fonte: O Povo