Modelo ainda passará por análise do Banco de Desenvolvimento da China. Prerrogativa é necessária para aprovação do financiamento do projeto, estimado em US$ 4 bilhões
 
Ao todo, serão investidos US$ 8 bilhões na refinaria chinesa. Petrobras desistiu de construir o equipamento em janeiro de 2015 IGOR DE MELO EM 4/3/2017
 
A planta final da refinaria para o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp) será apresentada no próximo mês de novembro ao China Development Bank – o banco de desenvolvimento nacional do país asiático. O equipamento, negociado pelo Governo do Estado com investidores chineses, é orçado na primeira fase em US$ 4 bilhões. Outros US$ 500 milhões seriam empregados na construção de um terminal de petrolífero para atender o fluxo da unidade de refino.

“Não temos mais questões sobre o projeto com as empresas. A próxima etapa é obter o financiamento da instituição bancária. Mostraremos em novembro. A equipe técnica está trabalhando para finalizá-lo”, ressalta Antonio Balhmann, assessor especial para Assuntos Internacionais do Estado. Segundo ele, a formatação do projeto é feita por engenheiros que já atuaram em companhias de petróleo da China. Não há nenhum cearense envolvido.

O modelo do projeto, no entanto, pode sofrer alterações caso haja a necessidade de modificá-lo por eventuais pedidos do banco chinês. “As mudanças seriam pontuais, mas nada que prejudicaria a base do projeto”, afirma Balhmann. Em setembro, o Governo do Estado e a instituição financeira asiática assinaram um Memorando de Entendimento (MOU) para financiar o projeto.

150 mil barris de petróleo refinados por dia é o que será produzido na primeira fase da refinaria

A empresa responsável pelo projeto da refinaria é a Qingdao Xinyutian Chemical. Na primeira fase, o empreendimento deve refinar 150 mil barris de petróleo por dia. A segunda fase dobra a capacidade de produção para 300 mil barris/dia. O orçamento da segunda fase gira em US$ 4 bilhões, totalizando montante de U$ 8 bilhões.

A companhia também irá implantar uma petroquímica – destinada à produção de derivados advindos do combustível fóssil. São esperados investimentos de US$ 3 bilhões. Ao todo, a refinaria demandará 600 hectares. 400 hectares para as duas fases do equipamento, além de outros 200 hectares para a instalação da petroquímica. Os projetos, localizados no Cipp, ficarão na Zona de Processamento e Exportação (ZPE).

Energia solar

Balhmann destaca que investidores chineses seguem interessados em um projeto de energia solar no município de Russas. O montante a ser empregado é de aproximadamente US$ 775 milhões (em três fases). A cearense FG Soluções e a espanhola Enerside são as outras companhias interessadas na formação de um consórcio para o projeto, juntamente com o player asiático. “As empresas mantêm o interesse em adquirir o projeto para o leilão de Energia Nova em dezembro. Mas a limitação é a subestação de Russas II, que está limitada por um projeto estatal”, disse o secretário.
 
O equipamento interligando em Russas II pertence à Furnas, subsidiária da Eletrobras, localizado no município de Fortim. A estatal usaria, então, a subestação Russas II para escoar o montante produzido, o que inviabilizaria a margem de escoamento da energia dos projetos privados interessados na região. O parque da estatal, aliás, teve o início da geração adiado de 2016 para 2020.


Fonte: O Povo