Terminou sem acordo a reunião entre representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários (Sintro-CE) e do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Ceará (Sindiônibus), na tarde de ontem. O Sindiônibus informou, em nota, que propôs o dissídio coletivo, com intervenção da Justiça do Trabalho, para resolução do impasse, o que não foi aceito pelo Sintro. Por meio da assessoria, os motoristas afirmaram que a diretoria irá procurar as “medidas cabíveis” para manter as negociações abertas e convocará uma nova assembleia, ainda sem data definida.  

Até lá, a categoria permanece em estado de greve acordado em assembleia no último sábado, 13, e deve promover outras paralisações esporádicas, como a que ocorreu na manhã de ontem, no Terminal do Siqueira. Depois de duas horas de paralisação, entre 9h e 11 horas, passageiros aplaudiram ao saber que motoristas e cobradores de ônibus retornariam às atividades do terminal.

Os trabalhadores cobram reajuste de 13% nos salários, cestas básica no valor de R$ 130 (hoje é de R$90) e vale-alimentação de R$ 13 (hoje é de R$10). O Sindiônibus oferece reajuste de 8,34%, o que equivale a reposição da inflação. “Queremos reconhecimento com esses benefícios. Se não avançar (a negociação), faremos paralisação em todos os terminais e pode ser aprovada a greve geral da categoria”, adiantou Domingo Neto, presidente do Sintro.

Siqueira

No terminal, alguns passageiros esperavam a retomada das viagens, enquanto outros procuravam alternativas. O marido de Kelvylene Barbosa, 16 anos, precisou interromper o trabalho para levá-la de volta para casa. “A rotina da gente muda um pouco, mas eu entendo. Eles estão no direito deles”, considerou a jovem.



 

“Se eu soubesse, teria saído de casa mais cedo”, lamentou Maria Evilane Damasceno, 19. Por conta da paralisação, a estudante perdeu uma aula na Vila Manoel Sátiro. A paralisação também atrasou a viagem de José Holanda, 57. Ele tentava chegar em Messejena, chegou a optar por um mototáxi, mas estranhou o valor da corrida durante a paralisação. “Está muito caro. Desse jeito, eu prefiro esperar”, disse.

As 40 linhas que operam no terminal foram afetadas durante o protesto. Trinta e um ônibus ficaram parados no local, de acordo com a Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor). Havia ainda veículos estacionados em vias próximas, como a avenida Osório de Paiva e a rua Plácido de Castro. Ainda assim, a Etufor informou, em nota, que as linhas continuaram operando em frota reduzida, com desvio de rota do local.

Durante o ato, policiais militares e agentes do Grupo de Operações Especiais da Guarda Municipal foram deslocados ao terminal. Não houve registros de ocorrência.

 

Fonte: O Povo