“Fortaleza nunca se beneficiou do conhecimento urbanístico. Quando passa a ser uma cidade que mereceria esse tipo de cuidado, não tem, e continuamos sem ter”, afirma Fausto Nilo.
“Fortaleza nunca se beneficiou do conhecimento urbanístico. Quando passa a ser uma cidade que mereceria esse tipo de cuidado, não tem, e continuamos sem ter”, afirma Fausto Nilo. Apenas duas vezes foi pensado um projeto para a cidade como um todo e isso quando Fortaleza tinha uma escala infinitamente menor. Em 1812, Silva Paulet sugere retificar as ruas do Centro, como a João Moreira. Crescendo à margem do riacho Pajeú, a cidade tinha vias tortuosas. “O militar dá uma visão de ortogonalidade ao traçado”, diz Fausto.
No fim daquele século, por volta de 1880, Adolfo Herbster elabora a Planta Topográfica de Fortaleza. “Ele vai fazer a primeira tomada de projeção com limites de urbanização”, explica Fausto. Os limites eram as avenidas Imperador, Duque de Caxias, Dom Manuel e Floriano Peixoto, que passavam a obedecer um traçado xadrez inspirado na belle époque francesa. Foi dos poucos planejamentos implementados.
Depois disso, o urbanista Hélio Modesto trabalha num plano para Fortaleza, já no início da década de 60, no mandato de Cordeiro Neto. É dessa época a pavimentação da Beira Mar, por exemplo. Uma das sugestões era criar um distrito de cultura e administração onde hoje se localiza o Dragão do Mar.
Desde então, os Planos Diretores foram os únicos instrumentos de planejamento, mas sem desenhar padrões diversos ou apontar soluções integradas. (MT)
Fonte: O Povo Online