Como a esmagadora maioria das metrópoles brasileira, Fortaleza cresceu e continua crescendo de forma desordenada…
Ilo Santiago Júnior
FOTO: TUNO VIEIRA
Esgotamento sanitário é o que mais precisa ser melhorado. Apenas 56% da Capital é coberta por coleta e tratamento de esgoto
Como a esmagadora maioria das metrópoles brasileira, Fortaleza cresceu e continua crescendo de forma desordenada. Um avanço fortemente marcado e também agravado por uma característica também semelhante às demais capitais: a desigualdade socioeconômica.
Entretanto, mesmo reconhecendo todos os complexos problemas acarretados por esse fenômeno, que poderiam ser, no mínimo, amenizados, por planejamento e boa gestão dos governantes, a população tem constatado evoluções significativas na infraestrutura dos bairros, sobretudo, naqueles que sempre foram marginalizados. Lugares onde o poder público não fazia questão de entrar, ou melhor, de sequer enxergar. E quando chegava, a ação era rodeada por interesses políticos.
Precariedade
Na periferia, a precariedade ainda é grande. Muito precisa se avançar. Contudo, quem anda por essa Cidade há pelo menos duas décadas, sabe que é notório o desenvolvimento de algumas vias. São ruas de piçarra que viraram calçamento e daí asfalto; coleta de lixo que antes não tinha acesso a certas comunidades; fornecimento de água potável ; e esgotamento sanitário. Este último é o que mais urgentemente precisa ser expandido já que, atualmente, apenas 56% de Fortaleza é coberta por coleta e tratamento de esgoto.
Na opinião do titular da Secretaria Executiva Regional VI (SER 6), e também coordenador das regionais da Capital, Cícero Cavalcante, esse déficit histórico de obras de infraestrutura nos bairros de Fortaleza leva tempo para ser solucionado. “Não é do dia para noite, realmente, que se pode resolver. Mas já há uma postura política diferenciada de priorizar essas ações. A de que o conjunto pavimentação e drenagem, que diz respeito ao Poder Municipal, pode contribuir com o desenvolvimento econômico dos moradores dos bairros”, diz.
Segundo Cícero, até 2005, apenas 30% das vias da Cidade eram cobertas com serviço de drenagem das águas da chuva. “A nossa expectativa é de alcançar 70% até o fim de 2013, projeta. Para o representante da Prefeitura, isso é possível por conta de uma série de obras já concluídas e em andamento.
Ele afirma que várias delas estão em andamento, como o Programa de Transporte Urbano de Fortaleza (Transfor) e o Programa de Drenagem Urbana de Fortaleza (Drenurb), corrigindo distorções históricas. “A Rua José Américo, na Regional VI, é um exemplo. Lá, toda a vida a gente fazia o recapeamento e logo voltavam os buracos. Era que o asfalto tinha sido feito diretamente sobre a terra. Então, a gente fez uma recuperação da base para depois asfaltar”, explica. “Nesse primeiro momento, as pessoas sentem o trasntorno dessas intervenções. Porém, o ganho vai ficar por gerações. São obras estruturantes que melhoram a qualidade de vida das pessoas e estimulam o crescimento delas”, ressalta Cícero.
Mudança
“Não é do dia para noite, realmente, que se pode resolver. Mas já há uma postura política diferente”.
Cícero Cavalcante
Secretário da Regional VI
Fonte: Diário do Nordeste