O JAPONÊS ARATA ISOZAKI, DE 88 ANOS, FOI ANUNCIADO VENCEDOR DO IMPORTANTE PRÊMIO PRITZKER 2019 NA TERÇA-FEIRA, 5 DE MARÇO, EM CHICAGO, NOS ESTADOS UNIDOS

 

Uma das figuras centrais da arquitetura japonesa do século 20, Isozaki é o autor de obras emblemáticas no Japão e em países da Europa e da América, incluindo museus, bibliotecas, instalações esportivas – totalizando mais de 100 projetos edificados.

Ele é reconhecido também por seu trabalho como planejador urbano e teórico da arquitetura, o que incluiu a atividade de professor visitante em importantes instituições norte-americanas de ensino, assim como por realizações em outras areas criativas, como as artes visuais e o design.

Nascido em ÅŒita, na ilha de Kyushu, Isozaki tinha apenas 14 anos quando Hiroshima e Nagasaki foram bombardeadas e, devido a esse episódio, diz que sua primeira experiência com arquitetura foi a “arquitetura do vazio” – referindo-se às ruínas nos territórios arrasados das antigas cidades japonesas. Também como resultado dessa vivência, somada à busca de caminhos para a reconstrução política, social e cultural do Japão pós Segunda Guerra Mundial, Isokazi afirma ter crescido com a ideia de que os edifício deveriam ser transitórios – e sempre buscou valer-se não um estilo único, mas de todos eles, na busca pela melhor resposta, instaurando paradoxalmente a mudança constante.

Nos anos 1960, concebeu a cidade suspensa e fururista City in the Air, nunca realizada, que pairaria sobre a envelhecida Shinjuku. A iniciativa, visionária, o levou a interessar-se por soluções de planejamento urbano para a China e o Oriente Médio – inaugurando sua presença no contexto internacional. Essa tendência se consolidou na década de 80, quando despontou efetivamente – sempre à frente de seu tempo -, como um profissional com atuação global, transpondo a barreira entre ocidente e oriente.

Isozaki graduou-se no Departamento de Arquitetura da Faculdade de Engenharia da Universidade de Tokio, em 1954, e começou sua carreira como aprendiz do arquiteto japonês Kenzo Tange, ele mesmo um vencedor do Prizker (1987). Atualmente, mantém escritório em Okinawa, no Japão, com filiais na China, na Espanha e na Itália. Entre suas principais obras, destacam-se a Biblioteca de ÅŒita (1962-1966); a exposição ྂ Festival Plaza para o Museu de Arte Moderna de Gunma (1966-1970); o Museu de Arte Contemporânea de Los Angeles (1981-1986), na California, nos Estados Unidos; o Palau Sant Jordi (1983-1990), em Barcelona, na Espanha, feito para os jogos olímpicos de 1992; o estádio de Hóquei Pala Alpitour (2002-2005) e o Shanghai Symphony Hall (2008-2014), em Xangai, na China.

A respeito de sua obra, os jurados do prêmio Pritzker declararam: “Arata Isozaki é conhecido como um arquiteto versátil, influente e verdadeiramente internacional. Após estabeler sua prática nos anos 1960, ele se tornou o primeiro arquiteto japonês a forjar um relacionamento profundo e duradouro entre oriente e ocidente. Dono de um vasto conhecimento de história e teoria da arquitetura, e abraçando a vanguarda, ele nunca apenas replicou o status quo, mas o desafiou”. E finalizaram: “(…) A obra de Isozaki tem sido descrita como heterogênea e abrangente, do vernacular ao high-tech. O que é evidentemente claro é que ele não segue tendências, mas segue seu proprio caminho”.

O corpo de jurados foi composto por Stephen Breyer (presidente do júri), membro da suprema corte de justiça americana, André Corrêa do Lago (crítico de arquitetura, curador e embaixador do Brasil na India), Richard Rogers (arquiteto britânico, vencedor do Pritzker em 2007), Sejima Kazuyo (arquiteta japonesa, vencedora do Pritzker em 2010), Benedetta Tagliabue (arquiteta e educadora na ESpanha), Ratan N. Tata (indiano, líder da organização filantrópica Tata Trusts), Wang Shu (arquiteto Chinês, educador e ganhador do Prizker em 2012), Martha Thorne (americana, diretora executiva e reitora da IE School of Archtecture & Design, em Madri, na Espanha).

Fonte: www.pritzkerprize.com