Criador do conceito “cidade criativa”, o inglês Charles Landry participou de um bate-papo com arquitetos e outros profissionais na sede do IAB-RJ, Casa do Arquiteto Oscar Niemeyer, na noite desta quarta-feira, 2 de julho. Entre um papo e outro, o especialista ressaltou a cidade criativa como um lugar onde as pessoas podem se expressar e crescer, e onde o poder de decisão e planejamento são compartilhados entre os cidadãos.
Segundo Landry, para pensar de forma criativa é preciso esvaziar a mente, abrir a cabeça para as várias possibilidades e, após avaliação, escolher a ideia que lhe parece a mais apropriada. “Muitas cidades têm projetos inovadores, mas isso não significa que elas são criativas. É preciso pensar a cidade como algo que faz parte da vida das pessoas”, avaliou.
“Cidades são complexas, pois lidam com relacionamentos. Isso é muito difícil. A gente tem o costume de pensar os problemas de forma linear: se mil crianças nascem, temos que construir x creches. Porém, os problemas não surgem dessa forma, eles aparecem aos montes, pulando”, explicou Landry.
Apesar de tudo, advertiu: boas cidades não são, necessariamente, cidades criativas. Elas precisam oferecer possibilidades de encontros entre as pessoas. Bibliotecas, teatros, praças são espaços para essas interações interpessoais. O convívio com os outros e com as diferenças também pode romper preconceitos:
“Se você colocar pessoas diferentes em uma sala desde criança, segundo estudos, você cria adultos menos racistas. A diferença cria pessoas mais fortes e mais conscientes.”
Charles Landry veio ao Rio de Janeiro para participar da inauguração da nova sede da incubadoraRio Criativo, que será realizada amanhã, às 15h. O projeto desenvolve, desde 2009, ações para estimular o potencial da economia e social do estado do Rio de Janeiro.