Talvez tenhamos de aprender a não jogar fora a Cidade que temos. Não destruí-la por preconceitos particulares nem inventar “novidades” que assaltam o espírito coletivo. O tal sentimento público pouco regado.
Daí a precisão de reusar a Cidade, de adaptá-la ou reavivar espaços públicos que pedem novos usos. Mais ou menos assim, o que ouvi de Fausto Nilo numa conversa pública sobre Fortaleza 2040.
Não faço a diferença entre o arquiteto e o poeta. Tenho necessidade dos dois e ando precisando ouvir esperanças e não juras de ódio, “justiça ou cemitério”. O olho por olho é anacrônico pra Cidade que necessita fazer as pazes com ela mesma.
Paz! Para usar um jargão de Camilo e Izolda que se socorrem do Ceará Pacífico.
Mas, ao mesmo tempo, é contraditório pregar a reconstrução dos territórios de convivência e um secretário cunhar que na bala Fortaleza será melhor. É anacrônico.
O entrave, volto a Fausto Nilo (e Delberg Ponce de Leon), é que Fortaleza foi se separando. Criando muros, cercas elétricas, segregando e enxotando quem não era da Aldeota. Por isso tanto entojo da ideia da Cidade misturada.
Veja o resto em: http://www.opovo.com.br/jornal/colunas/dasantigas/2017/02/a-cidade-misturada.html
Coluna publicada por Demitri Tulio no Jornal O Povo de 04/02/2017